Auditório do BCI acolhe conferência sobre cancro da mama

Teve lugar, no Auditório do BCI, em Maputo, na quinta-feira, 29 de Novembro, a conferência sobre o cancro da mama, organizada pela associação Casa Rosa, uma entidade sem fins lucrativos, que desempenha uma importante actividade na prevenção do cancro da mama, um mal que afecta, de forma crescente, mulheres em todo o mundo e em particular a mulher africana.
O fórum integrou especialistas e activistas sociais, a principal das quais, Kátia Saraiva, fundadora da agremiação que promoveu o evento. “Sou uma sobrevivente do cancro da mama” – disse Saraiva, na sua intervenção e prosseguiu: “A experiência que tive e principalmente a recordação dos momentos menos bons criaram em mim a necessidade de fundar a Associação Casa Rosa, que tem como objectivo apoiar os que padecem de cancro de mama, seus familiares e amigos, e também alertar porque, como diz o ditado, mais vale prevenir do que remediar”. Luís Aguiar, Assessor do PCE do BCI, lembrou que não é a primeira vez que o BCI apoia iniciativas do género, reiterando que o BCI continuará a dar todo o seu apoio a iniciativas que tenham em vista melhorar a saúde da população moçambicana. “Acreditamos que esta será uma das formas de tornarmos Moçambique um país melhor para todos. Juntos iremos conseguir”.
Em representação do Ministério da Saúde, a médica Celeste Moreira Mário referiu que “as doenças transmissíveis representam hoje uma das principais causas de morte prematura e incapacidade, em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde estima que em 2030, África terá cerca de um milhão e seiscentos mil casos novos de cancro, com 1.200.000 mil mortes. Os cancros mais frequentes na nossa região são o cancro cervical da mama, fígado, próstata e ligados à infecção pelo HIV.”
Ainda segundo Celeste Moreira, em Moçambique, o cancro cervical é o principal cancro que afecta a mulher adulta moçambicana, sendo que mais de 6 milhões de mulheres com idade igual ou superior a 15 anos estão em risco de desenvolver o mesmo. “O Cancro da mama é o 3º mais frequente na mulher adulta, com cerca de 90% dos casos a chegarem aos serviços em estado avançado”.
Celeste Moreira indicou, contudo, que “o cancro da mama é uma doença evitável e tratável, quando detectada precocemente”. A terminar salientou que “o grande desafio encarado pelo nosso país e pela nossa comunidade, nossas famílias, é o deficiente conhecimento, o que condiciona o rastreio tardio e o tratamento também tardio das lesões. Esforços sustentados e coordenados com outros parceiros a nível nacional, regional e global podem mudar o cenário actual. As acções de educação com predomínio para a prática regular do auto-exame da mama e a crescente consciencialização da sociedade, acerca do cancro da mama, a disponibilidade do rastreio em massa, a gratuidade do mesmo no serviço nacional de saúde dão esperança de que nos próximos anos vamos contribuir para evitar mais mortes”.
Maputo, aos 04 de Dezembro de 2018