BCI acolhe ‘Pontes Movediças em Palma(s)’ de Virgílio Sitole

Está patente, no auditório do BCI, em Maputo, a exposição ‘Pontes Movediças em Palma(s)”, do artista plástico, fotógrafo, escritor e bailarino moçambicano Virgílio Sitole. Composta por 22 telas, em que predominam técnicas mistas e o acrílico, e 15 quadros fotográficos, esta primeira mostra individual do artista estará aberta ao público até ao dia 16 de Agosto.
Para a Directora Central de Marketing do BCI, Ana Zara Fateally, que falava, na qualidade de anfitriã, na cerimónia de abertura, na terça-feira (6), “é com enorme privilégio que o BCI faz parte desta história, a de uma geração de artistas que têm revelado o seu talento aqui neste auditório”, disse. E acrescentou: “contamos sempre ser o Banco de apoio. Temos procurado promover e dar todo o carinho, sobretudo aos mais jovens artistas, e aos que se têm aqui iniciado, como é o caso de Virgílio Sitole”. Salientou ainda que o Banco Comercial e de Investimentos, no âmbito da sua política de responsabilidade social, mantém a sua aposta e compromisso na divulgação das artes e letras, e continuará aberto para apoiar os artistas e a cultura moçambicana, de um modo geral.
Como pontapé de saída na carreira, a inspiração para o autor veio da Zona Norte de Moçambique, pintando, durante seis anos, a instabilidade. Depois acrescentou fotografias que tirou no distrito de Gurué, província da Zambézia. “Fiz esta ponte com a situação que se está a viver em Cabo Delgado. Por isso que o título da exposição chama atenção a Palma, mas também à palma das mãos. Com elas fiz uma ponte da dança para a pintura e para a fotografia”, disse. E deixou uma mensagem de serenidade, falando dos rostos das crianças que as telas mostram: “apesar de viverem nestas condições há uma alegria dentro delas. Elas carregam esperança”.
O autor, que foi por muito tempo bailarino da Companhia Nacional de Canto e Dança, recorda-se da mudança que se operou na sua vida: “fugi um pouco da dança do dia-a-dia, e passei para a parte burocrática, mas vou pintando, encontrei uma espécie de fuga, dá a vontade de criar, de fazer alguma coisa.”
Refira-se que na sessão de abertura, o interlúdio musical esteve a cargo do artista moçambicano Simão Nhancule, que presenteou a audiência com números de mbira.