Dom Dinis Sengulane exalta o papel dos artistas

Dom Dinis Sengulane exaltou, na semana finda, o papel que os artistas desempenham na sociedade: “Acho que os artistas têm muito a oferecer-nos, independentemente das nossas convicções políticas, religiosas e da nossa posição social” – disse, evocando um facto que o liga à iniciativa “Transformação de Armas em Enxadas”, que dirigiu na década de 90 e que permitiu a recolha de centenas de milhares de artefactos bélicos: “É por isso que tenho esta cruz metálica. Foi produzida por artistas, com base em bocados de armas e no contexto de transformação de armas em enxadas. Foram quatro armas transformadas nesta mensagem de paz que procuro ostentar, na medida do possível, e levar a vários sítios”. E confessou: “Eu tenho ganho muito com os artistas”.
Dom Dinis falava por ocasião da abertura da exposição “Reencontro de três Sentimentos” do artista plástico Dimas, no Auditório do BCI. “Como sabem, eu sou pregador” – lembrou, considerando que enquanto as suas intervenções conhecem limitação de tempo, “Ele [Dimas] escreveu um sermão que vai ficar aqui por muito tempo, e cada um tem o tempo de ir ver qual é a mensagem para si. A beleza que cada um aprecia ali é um sermão fixo, permanente por muito tempo e, a determinada altura, há-de sair dali para outro sítio, para além de que algumas pessoas hão-de querer ter acesso a esse sermão na sua própria casa” – afirmou, felicitando o autor “por fazer este sermão que possa permanecer nos corações das pessoas”.
Sengulane passou ainda uma mensagem de esperança aos artistas: “Por vezes esperamos muita gente e aparece pouca. Por vezes esperamos comentários e os que saem não são os que gostaríamos de ouvir. Mas não desanimem”. Citando Winston Churchill, rematou: “quando se juntaram várias pessoas para ouvir um grande discurso, o discurso dele foi pura e simplesmente este: amigos, nunca desanimem. Nunca, nunca, nunca”.
Maputo, aos 18 de Janeiro de 2018