Foi recentemente lançada, no auditório do BCI, em Maputo, a 2ª edição da obra ‘Detalhes de uma vida de silêncio’, de Heliodoro Baptista Júnior.

“Senti que havia na obra algo especial que se erguia exigindo alguma atenção no seu conteúdo. Veio-me ao pensamento a obra ‘Levantado do Chão’ do escritor português José Saramago. Aplaudi a coragem do debutante poeta, de repente meu amigo” – foi assim que o consagrado poeta Juvenal Bucuane começou a sua intervenção na cerimónia de lançamento da obra.

Noutro desenvolvimento, Bucuane, que é também autor do prefácio, analisou mais detalhadamente a obra: “Heliodoro Baptista Júnior conhece a geografia das águas em que o seu barco navega. Ele enfrenta todos os constrangimentos da rota. Tsunamis, adamastores, fossos, porque o seu afã é chegar são e seguro ao destino. Asseguraria que estamos perante uma obra poética que se pode dizer, sem sombra de dúvida, que tem um corpo que se apresenta com cabeça, tronco e membros. Sem nada obstar que a juventude do seu autor nos inspire a vislumbrar um futuro radioso para as letras moçambicanas. Esta contestação deve-nos alegrar pois o estágio etário deste autor é o garante ou augúrio de bons e apetecíveis futuros encantamentos.”

Já na parte final, Baptista Júnior, que é natural da Beira, esclareceu que veio a Maputo para falar do seu trabalho, para o dar a conhecer, e “conhecer pessoas que só conhecia através das redes sociais. De algumas delas sou fã sem as conhecer.” Júnior falou depois da sua grande referência literária, o seu pai, o conceituado poeta Heliodoro Baptista, falecido há cerca de 10 anos, e de como este o influenciou. Reiterou que é necessário que as novas gerações conheçam a obra de escritores que estão “injustamente esquecidos”, citando como exemplo Sebastião Alba.

Refira-se que ‘Detalhes de uma vida de silêncio’, obra de estreia de Heliodoro Baptista, é chancelada pela Oleba Editores, vai na 2ª edição e conta com a ilustração de capa do actual Ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro.