Sala de Imprensa

Lançada Obra ‘Moçambique e Outros Poemas Dispersos’ de Craveirinha

O auditório do BCI, em Maputo, acolheu, na quarta-feira, 27 de Março, a cerimónia de lançamento da obra ‘Moçambique e Outros Poemas Dispersos’ da autoria de José Craveirinha, o poeta-maior, falecido em 2003.

Nesta obra de 176 páginas, composta por mais de 70 poemas que Craveirinha escreveu entre 1950 e 1970, pode observar-se um particular pendor de intervenção político-social atento à realidade então prevalecente em Moçambique, como referiu o administrador do BCI, José Furtado. Esta obra tem ainda a particularidade de incluir notas explicativas de duas conceituadas investigadoras literárias: Maria de Lourdes Cortez e Fátima Mendonça.

Segundo Maria de Lourdes Cortez, “os textos de Craveirinha desenham um contínuo cruzamento entre a escrita e a oral, um modo de articulação específico entre os signos e os processos pré-simbólicos que os engendram: a orla da voz, os gestos ritmados, as frequências e as contracções musculares”.

Para Fátima Mendonça, “impõe-se-nos, anterior a qualquer acção reflexiva, a voz do poeta que, ao longo de 30 anos, se fez ouvir sem ambiguidade nem temor, numa afirmação de moçambicanidade que despertou e agitou a consciência de muitos moçambicanos ainda hesitantes em o serem”.

Falando no acto de lançamento, Sérgio Pereira, representante da Alcance editores, que chancela a obra, referiu que “hoje, passados onze anos da Alcance Editores, voltamos a lançar livros de José Craveirinha. Claro, importa referir que foi assim que começámos, pois reeditámos em 2007 ‘Karingana wa Karingana’ , ‘Xigubo’, ‘Maria’ e o ‘Folclore Moçambicano’. Sabendo da importância dos poemas de Craveirinha, para a sociedade, não o podemos deixar esquecer. Teceu ainda elogios ao BCI “que olha para a cultura de Moçambique como um determinante factor de crescimento sociocultural. E tem apoiado a Alcance na publicação de diversas obras”.

Na sua qualidade de linguista e analista do discurso, o apresentador da obra, Armando Jorge Lopes, preferiu dar um tom diferente à sua intervenção, fazendo valer uma dimensão de natureza psicológica à análise da escrita poética de Craveirinha das primeiras décadas.

Refira-se que a noite, sendo de poesia, contou com o recital do poeta Calane da Silva e de Laura Andrade, e com uma audiência em que se destacavam académicos e escritores de referência, membros da classe artística e cultural, para além de convidados e o público em geral.

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