Macauze expõe ‘Certeza Utópica’ no BCI

De 12 a 21 de Junho, a exposição ‘Certeza Utópica’, do artista plástico moçambicano Macaúze, levou cerca de 40 obras, que versam sobre a preservação da natureza, para o auditório do BCI. Trata-se de uma mostra que combina técnicas de pintura em óleo sobre chapa de unitex e sobre garrafa.
Palmeirim de Jesus Macaúze, seu nome completo, é paisagista, e explica a combinação de telas e garrafas: no vidro trata-se da mesma paisagem, “só que em épocas do ano diferentes, estações diferentes, e períodos do dia diferentes”. Assim Macaúze encontrou uma forma de eternizar a terra natal, Jangamo, Inhambane, pintando o litoral, entre as praias do Tofo e de Závora.
Sobre o local geográfico explicou que lá viu a luz: “e nasci com um defeito físico. A minha mãe sempre me levava e dizia algo como: meu filho, tu tens um defeito, não te podes limitar apenas na escola”. E prosseguiu: “durante as férias devíamos ir à machamba, para eu aprender a cultivar. É então que aquela floresta toda, por onde passávamos, criou em mim uma paixão muito grande pela natureza, seus encantos e pormenores, e por aquilo que ela nos oferece. Pisar aquelas areias com sol escaldante, aquele cenário todo, então!…”.
E nas telas? “Já é diferente. Tem mais a ver com o prazer de estar naquele sítio. Nós não sabemos aproveitar o que há ali, tirar todo o proveito daquilo, do oxigénio puro… espairecer, ir buscar a terapia mental” – acrescentou, esclarecendo o que motivou o título da exposição. “A autopia chegou porque realmente estou inconformado, com o tratamento que nós damos à natureza. Principalmente nas grandes cidades. Não se cuida da natureza como devia ser, há muitas utopias”.
A Directora das Mediatecsas do BCI, Carla Mamade, felicitou o artista, aquando da cerimónia de abertura. “Nesta mostra, o autor posiciona-se em relação à postura urbana, procurando aproximar o homem à natureza, através do retrato da beleza e das emoções positivas que são transmitidas pela natureza”, disse, agradecendo “esta extraordinária viagem de sonho e proximidade ao universo que nos proporciona, através dos seus quadros”. E concluiu: “ao acolhermos esta exposição, pretendemos consolidar esta vocação, que responde à identidade e ao posicionamento do BCI, não apenas como entidade prestadora de serviços financeiros a operar no mercado, mas também como instituição de referência no apoio a iniciativas inspiradoras como esta que contribuem para o desenvolvimento, e para valorizar feitos que são verdadeiramente daqui”.