Celso Cossa vence Prémio BCI de Literatura 2019

Com a obra “O menino que odiava números” o escritor Celso Cossa venceu o Prémio BCI de Literatura, que vai na sua 10ª edição, numa noite em que foi anunciado que, a partir de 2021, este galardão passa a ter mais duas distinções: uma Menção Honrosa e um Prémio Revelação.
A cerimónia do anúncio decorreu na quinta-feira, dia 27, no Auditório do BCI, em Maputo. O júri, instituído pela Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO), considerou que “ao assinalarmos o 10º aniversário, atribuímos este Prémio ao autor, ao género e ao leitor. Nunca antes havíamos premiado a literatura infanto-juvenil, pelo que nestas palavras, e neste autor, um escritor que tem trilhado um caminho firme e bonito neste género, fazemos mea-culpa e ajudamos a incentivar, no primário, na criança ou na base, o amor pela palavra”. Segundo o júri, “esta obra convida leitores quer da faixa etária dos pequenos, quer dos adultos. E o universo simbólico dos números espelha uma escrita alicerçada na estética de um simbolismo inovador, pela construção de um universo de números, o que resulta no efeito diferente da simbologia dominante na literatura moçambicana, desde os primórdios até ao tempo presente. Celso Celestino Cossa mostra que a sua aposta na literatura infanto-juvenil veio para ficar, resultando daí que o menino que odiava números nos mostre um autor comprometido com a formação de leitores por meio da palavra literária e um autor que tem procurado ao longo do seu percurso literário apurar a sua mestria e maestria no tratamento da linguagem verbal e também jogando-a com uma linguagem visual o que é de per si diferente ”.
O prémio, que tem um valor de 200 mil meticais, foi entregue pelo administrador do BCI, Manuel Soares e pelo secretário-Geral da AEMO, Carlos Paradona. Manuel Soares referiu, na ocasião que “O Prémio BCI de Literatura estimula o diálogo fundamental entre as formas nas quais a literatura moçambicana se manifesta, pois o mesmo procurou, ao longo destes 10 anos, distinguir os escritores que mais se destacaram através da sua obra, do seu estilo e género” – disse salientando que “a excelência dos escritores moçambicanos sublinha a riqueza literária do país, cuja maior valência é assumir-se como um espaço comum, indiferente às geografias e às épocas, onde as várias gerações convivem”.
Já para Carlos Paradona, “o prémio BCI já tem história firmada. Premiou poetas e prosadores que constituem hoje a nata e o futuro das letras moçambicanas […]. Premiou poetas e prosadores das nova e antiga gerações, pautando sempre pela qualidade literária dos galardoados, mercê de uma selecção criteriosa dos respectivos júris. É assim que novas janelas se abrem dentro e fora do país, para uma contínua consagração e consequente internacionalização dos nossos escritores. Sentimo-nos, como agremiação, orgulhosos, por isso. Sentimo-nos, todavia, muito mais orgulhosos por contarmos com um parceiro tão estratégico como o BCI, instituição financeira de grande prestígio e de referência no panorama bancário nacional. Muito obrigado BCI ”.