Ernesto Nhanale lança obra sobre os media e a corrupção

“O papel de um livro é estimular o debate. É o que deve ser feito numa sociedade” – referiu Ernesto Nhanale, autor da obra intitulada ‘A cobertura dos media sobre a corrupção em Moçambique: um “contra-poder” abalado?’, lançada, há dias, no auditório do BCI, em Maputo.
Na qualidade de apresentador da obra, o jornalista Ericino de Salema, olhou para a obra como “uma discussão inovadora sobre as problemáticas de desenvolvimento de Moçambique, tratando os media como um dos pilares de qualquer democracia digna desse nome e a corrupção um dos mais acérrimos inibidores do desenvolvimento, pela amplitude de danos ao bem comum que dela se podem originar”.
“É uma obra bastante interessante que toca no aspecto nevrálgico da nossa sociedade” – afirmou o académico Adriano Nuvunga, chamado a fazer a crítica do livro. Olhou para pormenores técnicos e metodológicos, alguns dos quais lhe permitem aferir alguma inadequação, mormente na comparação entre os jornais Domingo e Savana. Não obstante, considerou o livro ser “de altíssima qualidade: uma contribuição em tempo próprio”.
Falando da obra, e na qualidade de anfitrião do evento, o administrador do BCI, Luís Aguiar, disse tratar-se de “um valioso contributo, não só para a literatura científica, mas também para a literatura, em geral, que o BCI acolhe e acarinha” e continuou: “Este é mais um exemplo de uma obra de referência, produzida em Moçambique, por um autor moçambicano, que pode constituir uma ferramenta de trabalho, que merece e continuará a merecer todo o nosso apoio”.
A partir de uma investigação baseada numa extensa pesquisa bibliográfica, documental, entrevistas e análise de conteúdo de artigos sobre a corrupção publicados entre os anos 2008 a 2015, sobretudo nos jornais Domingo e Savana, o autor mostra, neste livro, um conjunto de factores políticos, sociais, económicos e legais, como factores que “abalam” os media, enquanto o contra-poder em Moçambique.